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quinta-feira, 19 de junho de 2014

Entre “zebras”, perdas e ganhos – clima de copa...


“...mas a minha misericórdia não se apartará de ti, e a aliança da minha paz não será removida, diz o SENHOR, que se compadece de ti” (Isaías 54,10b)


            Fico impressionada com as frases de pensamento positivo e de neurolinguística contidas nos jingles compostos aqui para as copas do mundo. Os que acompanharam a seleção de 1958 vão se lembrar de “a taça do mundo é nossa, com o brasileiro não há quem possa...” que está até hoje no inconsciente coletivo de todos nós; e como atualmente não conseguimos nos lembrar de nenhuma música específica para cantar nos jogos, ‘damos um jeitinho’ e aproveitamos uma que é cantada em situações diversas, inclusive (e paradoxalmente!) nas manifestações ‘anti-copa’ desde junho do ano passado: “sou, sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor!”.
            Não é preciso ter aguçada consciência crítica para perceber que tais jingles servem para levantar a autoestima dos brasileiros e encaminhar a nossa esperança para a vitória do ‘melhor time do mundo’, a fim de alimentar a antiga política do pão e circo nas arenas romanas que estamos acostumados a ver em nosso país. Entretanto, apesar da paixão brasileira pelo futebol, podemos perceber claramente a falta de animação nas ruas não enfeitadas nem pintadas dos subúrbios cariocas, paulistas, baianos,...
            Sobre duas questões podemos começar a refletir aqui, juntos, nesta coluna. A primeira delas é que o povo está tão espoliado que o ‘clima de copa’, assim como um jingle, não vingou. Entre perdas e ganhos, o saldo das primeiras é bem maior do que dos últimos. Econômica e politicamente o povo está cansado. Interessante como isso se reflete na falta de garra dos jogadores brasileiros em campo. O feitiço do ‘pra cima deles’ virou-se contra o feiticeiro e a primeira balançada de rede da copa foi um gol contra de nosso lateral esquerdo, vindo da zaga brasileira. A segunda questão é a quantidade de ‘zebras’ e ‘pequenas vinganças’ dos jogos: a Holanda goleando a Espanha, os Estados Unidos desestabilizando Gana com um gol aos 30 segundos do primeiro tempo, a Alemanha acabando com a ‘pompa’ de Cristiano Ronaldo e de Portugal e por aí vai.  
            Mesmo gostando demais de futebol, digo com toda certeza que, se lêssemos mais a Bíblia, seria tão melhor a nossa vida e tão mais crítica a nossa consciência!... Posso elencar algumas coisas como lembretes, fazendo um link com o que eu disse até aqui. É ela que nos ensina, através da vida e da visão dos profetas, a examinar com cuidado a sociedade à nossa volta. Leia atentamente e perceba como estão envolvidos politicamente Jeremias, Isaías, Amós, Habacuque e Miqueias. O modo como denunciam a corrupção dos governantes contra o povo e o sofrimento deste. A Bíblia também adverte a não confiarmos em nós mesmos, em nossa força, a não ‘entrar em campo de sapato alto’, mas a depositarmos nossa confiança naquele que é forte, justo e todo poderoso – o Senhor dos Exércitos, o rei da glória do Salmo 24, aquele que humilha os exaltados e exalta os humilhados. Uma terceira coisa é a ‘zebra’ que por várias vezes acontece no Antigo Testamento, mas vamos citar aqui apenas duas bem conhecidas – a vitória do jovem Davi sobre Golias – alguém pelo menos três vezes maior e mais forte do que ele; e o modo como Gideão e trezentos homens ganharam uma batalha contra milhares de inimigos. É, o Senhor, em sua ironia, gosta um bocado de ‘zebras’. Assim como nós.
            Quero fechar esse texto com a palavra de Isaías. Que neste clima de copa, entre perdas, ganhos e “zebras”, possamos ver Deus. Vê-Lo e vivê-Lo em nossa consciência. Refletir sobre nosso país e orar por ele. Confessar o pecado e pedir perdão em nosso nome como faz Daniel no capítulo nove. Profetizar a Sua justiça sobre os erros que temos visto, como fizeram Amós e os demais profetas. E a partir da leitura da Sua palavra, e como resultado prático, entregar a Ele nosso orgulho e pedir que sejamos humildes. Certamente, dessa forma, nos alegramos a despeito dos resultados dos jogos e, acima de tudo, a misericórdia, a paz e a compaixão de Deus não se apartarão de nós.

No Deus que se alegra conosco e em nós. 

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