“Vós
sois meus discípulos se fizerdes o que eu vos mando: Amar!” (cf. João 13,35).
Este
fim de semana de feriadão passei por uma das experiências com a tecnologia mais
bonitas dos últimos tempos. Fui acometida por uma amigdalite muito agressiva e
pensei por vários momentos em me comportar como uma adolescente que “posta no
face” seus sentimentos e pensamentos a despeito das maldades deste mundo. Fui impedida
pelo meu superego, mas meu id meio criança meio adolescente enfim
venceu e eu desabafei diante de meus amigos
– que depois descobri amigos de coração: “orem por mim – muito do-dói...”(feeling sick com direito a bonequinho
com a carinha enjoada!).
Para
minha surpresa, algo que pensei passaria despercebido, no mundo em que todo
mundo tem milhares de coisas pra fazer e com que se preocupar, teve até o presente
momento 50 curtidas e 40 comentários – diga-se de passagem o meu mais novo recorde no facebook –, várias orações, preocupações, ligações, prescrições de
remédios, desejos de melhoras,... fiquei realmente constrangida – como quem se
constrange quando se depara com o amor – sentimento que eu achei sinceramente
que estava se tornando líquido, esvaindo-se
das minhas mãos, depois de tanto ler e escrever sobre o livro de Zigmunt
Bauman.
Toda
a minha teoria baumaniana caiu por terra
de uma única vez! Gente de longe e de perto, do Rio, de São Paulo, de New
Jersey – gente que crê em Deus, gente cheia de carinho e de amor – gente do céu
encheu meu coração de tanta alegria que fiquei boa antes mesmo de estar
completamente restaurada. Como criança que recebe um beijinho da mamãe no
do-dói e este passa na hora. Sinceramente eu senti isso. Coisa plenamente provável
e possível depois dos 40! Somente na presença de gente que aprendeu a ser gente
de verdade. Gente que imita Jesus na sua infinita bondade, sorrisos e paz e nem
sabe que faz isso. Não precisa ler a Bíblia pra aprender porque a maior lição intrínseca
das Sagradas Escrituras já está no coração. Ou então leu tanto – e entendeu de
uma vez por todas – que não sabe mais ser insensível ao dolorido.
Em uma
situação tão bonita em sua simplicidade, aprendemos juntos na escola da vida a lição
do bom samaritano. Personagem de Lucas (10, 25-37) a quem persigo e me persegue
com sua bondade muda no olhar e nos gestos. Há carinho na vida! Há amor no
coração! O mesmo facebook nos mostra
que a despeito do egoísmo do presidente das Filipinas, avisado do que
ocorreria, milhares de voluntários estão lá agora ajudando gente desconhecida,
só porque há coração de carne na humanidade do homem demasiado humano. De verdade.
A despeito de eu achar que seria só um desabafo rápido – foram só duas frases –,
eu fui alcançada por aquilo que não conseguia visualizar – o maior milagre que
Deus fez em mim – acreditar! Então vêm à mente de novo alguém desesperado de amor
que respondeu à assertiva de Jesus: “Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê
”– com sorriso no rosto e lágrimas não mais de dor aguda eu digo “Senhor eu
creio!” (cf. Marcos 9,20-24).
E por
isso passou! Obrigada!