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quarta-feira, 27 de março de 2013


É muito difícil não me manifestar diante da Páscoa – a festa judaica da Libertação e do Amor, refigurada em Jesus, que foi judeu, pobre, minoria e que criou sua própria via de viver... a mais marcante manifestação de alguém que tem convicção do que diz e morre por quem ama...


Em seu livro, A Revolução do Amor, Luc Ferry nos diz já no primeiro parágrafo que este sim – o amor, presente em tudo que fazemos – deve ser objeto de estudo no meio acadêmico, porque toca profundamente a nossa vida para que sejamos alguém melhor e façamos algo melhor. Algo de bom.  Lendo-o, reafirma-se em mim o incômodo diário: não entendo como foi obscurecida a imagem de um Deus que ama, através da hermenêutica medieval, e foi corroborada no século das Luzes, que deveria, como momento iluminado que foi, voltar a iluminá-la e esclarecê-la, trazendo um ideal de igualdade, liberdade e fraternidade proposta no Genesis – macho e fêmea os criou...
É estranha a maneira como gente que estuda e tem coragem de falar da vida de Jesus – o cara que andou com todos os marginalizados de sua época, que não estava nem aí para o que os outros iam pensar acerca disso – faz coisas inacreditáveis e odiosas que deixariam o próprio Jesus envergonhado hoje... Jesus morreu por um ideal e, sinceramente, estamos muito longe disso: AMAR. Às vezes fico pensando o que meus alunos de Teologia andam ouvindo e dizendo por aí, senão bater um papo sobre um texto que não pode acorrentar as pessoas, e sim libertá-las: do preconceito, do olhar com ódio, do julgar os outros... caramba, Jesus fazia exatamente o contrário! Por que é tão difícil entender isso? Perdoem-me o trocadilho, mas eu não estou falando grego! O Amor é sagrado... por isso a Bíblia é sagrada...
O fato de não fazer referência a nenhum texto bíblico aqui é proposital – sinceramente, tenho visto gente que está tão próxima do ideal de Jesus e não lê a Bíblia – e talvez não leia porque já lhe conhece a essência... e se ler, e quando ler, vai ver seu rosto refletido ali junto a um rosto comum e sofrido de um cara (que foi gente!) e marcou essa gente que quis registrar o encontro com ele... não estou romantizando – conheço um pouco os problemas de crítica textual e os jogos de poder que envolvem os séculos I-III, mas acredito em um Deus que ama a todos e que não julga ninguém, um Deus que me dá orgulho de escrever seu nome com letra maiúscula porque ele não me propõe guerras, mas amor e paz.... a despeito dos óculos bélicos e preconceituosos com que leem o mesmo texto que eu leio todos os dias e que me ensina que não devo fazer acepção de pessoas, que o humano do humano que eu e você somos é tão bonito... não importam a aparência que temos ou as escolhas que fazemos.
TENHA UMA FELIZ PÁSCOA. TODOS OS DIAS. 

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